Governo Propõe Alterações nas Metas de Contas Públicas para Aliviar Pressão Fiscal

Alteracoes nas Metas de Contas Publicas

Equipe econômica sugere redução de metas para superávit, visando permitir mais gastos nos próximos anos

O governo federal apresentou nesta segunda-feira (15) uma proposta no projeto de Lei de Diretrizes Orçamentárias (PLDO) de 2025, propondo a diminuição das metas de superávit primário para as contas públicas nos anos seguintes. Esta iniciativa visa a reduzir a diferença entre receitas e despesas governamentais.

No âmbito da LDO, também foi antecipado que o superávit só será alcançado em 2026, contrariando a previsão anterior de 2025.

O superávit primário é quando o governo gasta menos do que arrecada em impostos, reservando recursos para o pagamento da dívida pública. Por outro lado, o déficit ocorre quando o governo gasta mais do que arrecada, resultando em contas deficitárias.

Entre 2014 e 2021, o Brasil registrou déficits. Em 2022, houve um superávit de R$ 54 bilhões, seguido por um déficit de R$ 230 bilhões em 2023. Estes números referem-se ao superávit ou déficit primário, excluindo os gastos com juros da dívida.

As mudanças propostas na LDO facilitam a realização de mais gastos públicos em 2025 e 2026, potencialmente aumentando a dívida pública nesse período. Além disso, a LDO inclui uma previsão de salário mínimo de R$ 1.502.

Com a redução da meta fiscal em 0,5 ponto percentual do PIB em 2025 e com uma flexibilização adicional de 0,75 ponto percentual do PIB no ano seguinte, o governo terá aproximadamente R$ 161 bilhões adicionais para novos gastos públicos nos dois anos.

Com as novas metas fiscais, estima-se que a dívida bruta do setor público atinja 79,1% do PIB até o final do governo Lula, em 2026. Isso representaria um aumento de quase cinco pontos percentuais em relação a 2023, quando era de 74,4% do PIB.

Principais Alterações Propostas:

  • Para 2024, a meta fiscal permanece inalterada, mantendo-se em zero.
  • Para 2025, propõe-se uma mudança da meta fiscal atual, de um superávit de 0,5% do PIB para uma meta fiscal zero.
  • Para 2026, sugere-se uma redução na meta vigente, de um superávit de 1% do PIB para 0,25% do PIB.

As projeções para o PIB nominal em 2025 e 2026, utilizadas nos cálculos, foram elaboradas pela Secretaria de Política Econômica (SPE) do Ministério da Fazenda, estimando-se valores de R$ 12,388 trilhões em 2025 e R$ 13,237 trilhões no ano seguinte.

Efeitos Práticos:

  • Metas fiscais mais modestas facilitariam a realização de gastos públicos.
  • Em caso de arrecadação abaixo do esperado, o governo não precisaria contingenciar despesas para atingir as metas.
  • A necessidade de receita adicional estimada para os próximos anos diminuiria substancialmente.
  • O estabelecimento de metas menores indicaria uma trajetória mais gradual na busca por superávits primários, resultando em um crescimento maior da dívida pública no período.

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